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Aids: mulheres são principais vítimas

Número de brasileiras infectadas é o maior desde a década de 80.

 

Número de brasileiras infectadas é o maior desde a década de 80. No início da epidemia, nos anos 80, eram 16 casos em homem para 1 de mulher. Hoje a proporção quase igualou, passando de 1,5 caso de aids em homem para 1 em mulher. As mulheres são as principais vítimas de aids. De 1994 a 2004, o número de casos aumentou 175%, enquanto o crescimento em homens ficou em 29%, segundo Boletim Epidemiológico 2005. Pior ainda constatar que a maioria das mulheres infectadas pelo HIV contraiu o vírus de seus parceiros fixos – maridos e namorados. Tal como aconteceu com Denise Silveira, de 45 anos, mãe. INIMIGO INVISÍVEL No início da epidemia, nos anos 80, eram 16 casos em homem para 1 de mulher. Hoje a proporção quase igualou, passando de 1,5 casos de aids em homem para 1 em mulher. Conforme dados do Boletim Epidemiológico 2005, observa-se o crescimento persistente de aids em mulheres de praticamente todas as faixas etárias. Com exceção entre as de 13 e 24 anos, cujos números se mantiveram estáveis entre 1998 e 2004.

 

A exposição sexual continua a ser a principal forma de transmissão do HIV e corresponde a 95% dos casos em mulheres acima de 13 anos. Vale ressaltar que não há transmissão homossexual entre mulheres. Embora o assunto já não seja destaque nas conversas e o coquetel tenha melhorado muito a sobrevida de quem é soropositivo, a epidemia é ainda grave. Estima-se que há no Brasil 600 mil pessoas com HIV. Dessas, calcula-se que apenas 235 mil sabem que têm o vírus. Dos que sabem, 170 mil se medicam com o coquetel. Infelizmente, a informação não é o principal fator de mudança de comportamento. Ou seja, saber da importância de se fazer sexo seguro não significa garantia do uso de camisinha – principalmente nas relações estáveis. É o que observa Elvira Filipe, diretora-adjunta da Divisão de Prevenção da Coordenação Estadual DST/AIDS e membro do Núcleo de Estudos para a Prevenção da Aids da Universidade de São Paulo: – Muitas mulheres casadas ou com parceiro fixo não se vêem em risco porque só mantêm relação sexual com seus cônjuges e namorados e confiam neles. A aids ainda está relacionada à promiscuidade, o que não é verdade. Junte-se a isso a dificuldade de conversar sobre essa questão num relacionamento. São poucos os que conseguem, por exemplo, propor um pacto entre o casal, exigindo o uso de preservativo num caso extraconjugal para não colocar em risco a saúde do companheiro(a).

PRESERVATIVO DE LADO Sabe-se, porém, que o uso de preservativo na primeira relação tem aumentado consideravelmente em ambos os sexos. É o que mostrou a Pesquisa sobre Comportamento Sexual e Percepções da População Brasileira sobre HIV e Aids – 1998 e 2005, realizada no ano passado pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Entre os homens, cresceu de 45% (1998) para 68,3% (2005), na faixa etária de 16 a 19 anos; e de 44% para 57,5% entre 20 e 24 anos. Na primeira relação, as mulheres também estão cada vez mais atentas e o percentual pulou de 51% (1998) para 62,5% (2005), entre 16 e 19 anos; e de 30% para 52%, na faixa etária de 20 a 24 anos. Uma das principais justificativas femininas para deixar de se proteger na hora H é a “confiança no parceiro”, item mais lembrado entre as mulheres de 20 a 24 anos.

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