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Dietas e verão

Essas dietas são, em sua maioria, inviáveis ao longo prazo tanto por não oferecerem um equilíbrio dos nutrientes…

 

Estima-se que mais da metade da população adulta esteja com sobrepeso ou obesa, o que torna a obesidade uma epidemia e faz com que seja a segunda maior causa de morte evitável, superada apenas pelo tabagismo. Com a chegada do verão, entretanto, aumenta a procura por “fórmulas milagrosas” na tentativa de obter um corpo escultural, preferencialmente sem muito sacrifício. Neste período, portanto, multiplicam-se as dietas de ocasião (dieta do abacaxi, dieta da fruta, dieta da lua, dieta do sol, dieta do atum, dieta da proteína, dentre outras) que prometem perda de peso considerável em um curto espaço de tempo. “Essas dietas são, em sua maioria, inviáveis ao longo prazo tanto por não oferecerem um equilíbrio dos nutrientes como por serem extremamente restritivas”, alerta o Dr. Reginaldo Albuquerque, endocrinologista da Diagnósticos da América/Dasa. As dietas radicais conseguem apresentar efeitos quase que imediatos, mas podem causar danos sérios à saúde e resultar no famoso efeito “sanfona” ou efeito “iô-iô”.

 

Como dificilmente o indivíduo consegue manter uma dieta severa e pouco palatável durante muito tempo e como, normalmente, depois de alcançado o objetivo o indivíduo volta a comer “errado”, invariavelmente o peso perdido e, algumas vezes, até um pouco mais, é recuperado. Além disso, o emagrecimento rápido, sobretudo quando não associado à prática regular de alguma atividade física, pode trazer problemas estéticos, como estrias e flacidez, além de desânimo ou cansaço, resultados da carência de alguns nutrientes. As dietas com grande restrição de carboidratos, por exemplo, são deficientes em vitamina E, A, tiamina, ácido fólico, cálcio, magnésio e zinco. Já as dietas com restrição de gorduras, costumam ser deficientes em vitamina B12. Segundo o especialista, a dieta ideal é a balanceada (que contém todos os grupos de alimentos) e deve ser feita sob medida para cada pessoa, respeitando as características de cada um (biotipo, peso, altura, etc). Deve conter, portanto, carboidratos, vitaminas, proteínas, minerais e também as “mal-vistas” gorduras. As gorduras, ou lipídios, além de fornecer energia ao organismo são fundamentais na absorção de certas vitaminas e na fabricação de elementos vitais para o bom funcionamento do organismo, como os hormônios.

Ou seja, o indivíduo que quer emagrecer, deve comer de tudo um pouco e “diminuir” (não eliminar) as frituras, gorduras, massas e doces. Vale ressaltar a importância de aliar a uma alimentação balanceada e saudável a prática regular de exercícios físicos ao longo do ano. Para quem não tem tempo de freqüentar uma academia, a dica é caminhar sempre que possível, aumentando o ritmo gradualmente. Subir as escadas em vez de utilizar o elevador e caminhar uma ou duas quadra em vez de pegar o carro para comprar o jornal, por exemplo, são duas ótimas dicas iniciais, aconselha o Dr. Reginaldo Albuquerque. Ou seja, melhor que uma dieta que resulta em perda de peso que dura somente um verão é a mudança de estilo de vida, através da reeducação alimentar e prática regular de alguma atividade física, com conseqüente ganho na qualidade de vida e uma perda de peso sustentável que tem tudo para durar toda uma vida. Fonte: Reginaldo Albuquerque – Médico endocrinologista da Diagnósticos da América/Dasa. Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Ex-professor da Universidade de Brasília – UnB. Curso de especialização em Endocrinologia pela Universidade de Londres.

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