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Infertilidade conjugal

A infertilidade conjugal é uma situação que atinge 15 a 20% de todos os casais em idade reprodutiva. Bastante não é mesmo? Se pensarmos que um à cada 5 ou…

 

A fertilização, união do espermatozóide com o óvulo, é um processo complexo, que depende de uma série de propriedades inerentes aos dois gametas (espermatozóide e óvulo). Numa relação sexual, alguns milhões de espermatozóides são depositados no fundo de saco vaginal. Neste momento eles devem entrar em contato com o muco cervical e iniciar sua trajetória para encontrar o óvulo, na porção terminal das trompas. Este caminho é bastante árduo. Estima-se que, de cada 1,5 milhão de espermatozóides ejaculados, somente um terá a oportunidade de chegar próximo ao óvulo. São estes condições que explicam o porque que os homens têm de ter muitos milhões de espermatozóides (aproximadamente 50 milhões em cada ejaculação) enquanto que a mulher ovula um único óvulo a cada mês. A infertilidade conjugal é uma situação que atinge 15 a 20% de todos os casais em idade reprodutiva. Bastante não é mesmo? Se pensarmos que um à cada 5 ou 6 casais vai ter dificuldade para engravidar, podemos imaginar a dimensão deste problema em um país jovem como o nosso. Sempre houve a idéia que, na infertilidade, a “culpada” seria sempre a mulher. Hoje sabemos que em 40% das vezes existe um fator feminino, em outros 40% um problema masculino está envolvido e, em 20% delas ambos, homem e mulher tem problemas.

 

São muitos os motivos pelo qual o casal pode ter dificuldade para engravidar. Dentre as causas na mulher podemos citar: problemas na ovulação (disovulias ou anovulias) endometriose (doença que atinge os ovários e as trompas) obstrução nas trompas (ligaduras) alterações hormonais (problemas na tiróide, por exemplo) No caso dos homens, as afeções mais comuns são: varicocele (uma variz na região escrotal) infecções no trato genital (principalmente as doenças sexualmente transmissíveis) alterações hormonais (uso de hormônios) – obstruções nos epidídimos ou deferentes (canais por onde passam os espermatozóides) Até há alguns anos, pouco problemas podiam ser resolvidos, pois tanto o conhecimento da função dos ovários e testículos era muito pequeno, como não existiam recursos tecnológicos para a manipulação dos espermatozóides e óvulos. Foram nos últimos 20 anos e, mais marcadamente nos últimos 5 anos, que observamos uma “revolução” no campo da Medicina Reprodutiva. Técnicas como a inseminação artificial, a fertilização “in vitro” e o ICSI (injeção de um único espermatozóide dentro do óvulo), permitem atualmente tratar praticamente todos os casos de infertilidade. E ainda caminhamos mais. Hoje é possível retirar uma célula de um embrião de três dias, isto é, do óvulo já fecundado e analisá-lo geneticamente, afastando doenças como a síndrome de Down (mongolismo) e muitas outras patologias. O que Aldous Huxley previu no seu memorável livro “Admirável Mundo Novo” como sendo ficção, coisa para o novo século, já se tornou rotina nos serviços de reprodução. A Medicina Reprodutiva talvez seja uma das áreas da medicina que mais rapidamente evolui, tendo perspectivas que seguramente fogem da nossa imaginação. www.sapientiae.org.br

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