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“Não existe ‘simples’ luxação”, diz especialista

Ao contrário do que se diz, esse tipo de lesão exige tratamento imediato. A frase “foi só uma luxação, doutor?”, freqüentemente pronunciada nos pronto-atendimentos, costuma

deixar muitos médicos ortopedistas de cabelo em pé. Isso porque, ao contrário do que diz a sabedoria popular, as verdadeiras luxações – e não contusões – podem resultar em sérias implicações para os pacientes. “Vale lembrar que luxação significa a perda da congruência articular, ou seja, quando uma articulação sai do lugar. No momento em que isso acontece, ocorre a lesão de várias outras estruturas. O cuidado com esse tipo de lesão deve ser redobrado, e imediatamente diagnosticado, a fim de que a articulação seja colocada no lugar e tratada”, diz o doutor Eduardo Ambrosini Junior, médico ortopedista da Clínica Lage Ortopedia de Ponta. Alvo comum da luxação, o ombro é uma das articulações que mais inspiram cuidados. “Devido à sua ampla movimentação, existe a dependência tanto de estruturas estáticas de estabilização (conformação óssea, cápsula articular, ligamentos e labrum glenoidal), quanto da estabilização dinâmica, realizada pela musculatura adjacente”, diz Ambrosini. Jovens costumam ser as maiores vítimas Quedas e acidentes fazem dos jovens entre 15 e 25 anos as principais vítimas da luxação traumática.

Nesses casos, é muito comum a avulsão do labrum, que é uma membrana de fibrocartilagem ao redor da glenóide – parte articular da escápula, que é um osso grande e chato localizado na parte superior das costas. Diferentemente da articulação do quadril, que tem uma superfície estabilizadora mais profunda, o tratamento da articulação do ombro exige uma abordagem mais complexa. “Juntamente com a lesão do labrum, ocorre afrouxamento da cápsula articular, o que pode levar à tão famosa instabilidade ou luxação recidivante do ombro, em que traumas cada vez menores podem levar a episódios de luxação”, diz o ortopedista. Na opinião de Eduardo Ambrosini Junior, a técnica artroscópica (cirurgia por vídeo), quando bem indicada, garante uma abordagem segura da estabilização, lesando minimamente as estruturas próximas. “Normalmente são utilizadas âncoras de fixação com fios, com as quais se consegue uma reinserção cápsulo-labral junto à borda óssea da glenóide, promovendo a cicatrização desse tecido e a reintegração da estabilidade”, diz o especialista – que chama atenção para a importância da reabilitação antes de o paciente retornar às atividades esportivas.

Fonte: Dr. Eduardo Ambrosini Junior, médico ortopedista especialista em ombro, da Clínica Lage Ortopedia de Ponta (SP)

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