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Toque retal: devo consultar um urologista para isso?

A consulta com o urologista tornou-se uma rotina nos dias

 

 

A consulta com o urologista tornou-se uma rotina nos dias de hoje. O câncer de próstata é o tumor maligno mais detectado no sexo masculino e atinge grande parcela da população após os 50 anos. A utilização dos novos meios de diagnóstico e tratamento do câncer de próstata permite a detecção precoce e a cura desta doença. Por isso, campanhas de esclarecimento promovidas pelo Sistema Público de Saúde e amplamente divulgadas pela Sociedade Brasi-leira de Urologia e pela mídia difundiram a informação que todo homem com mais de 50 anos (em alguns casos, após os 40 anos) precisam consultar o urologista anualmente para se proteger contra o câncer de próstata. Apesar disso, muitos homens relutam em consultar o médico urologista pelo receio de que tenham que se submeter ao toque retal. Mas por que isso é necessário ? Será que com toda evolução tecnológica da medicina atual este exame ainda precisa ser feito? Não há um exame que substitua esse toque ? Essas perguntas são repetidas insistentemente por todos os que consultam os urologistas. As respostas são curtas e secas: “é necessário por que é o melhor exame”; ou então “o toque faz parte do exame físico”. Na verdade, as razões que levam as pessoas a ter receio de se submeter ao exame vão desde questões simplesmente culturais até o medo de descobrir mesmo uma doença e ter que se tratar. Todavia, quando recebem explicações mais detalhadas sobre o toque retal, todas as pessoas que consultam o urologista vencem facilmente qualquer constrangimento e não se incomodam mais em serem examinadas. Porque não posso simplesmente fazer um exame de sangue ou uma ultra-sonografia? Na fase em que a doença pode ser curada não ocorrem manifestações clínicas. Porém ausência de sintomas não representa ausência de doença.

 

O tumor inicial é muito pequeno para provocar desconforto nos indivíduos. Se esperarmos o crescimento do tumor a ponto de produzir sintomas, perderemos a oportunidade de curar o câncer da próstata. Por isso é necessário procurar pelos primeiros sinais que o câncer de próstata produz, antes que ele se manifeste. Quando o tumor é muito pequeno, os métodos de diagnóstico por imagem não são capazes de distinguir claramente o tumor do tecido normal. Com freqüência, o exame diz que não existe tumor, mas ele está presente. Outras vezes o exame sugere que existe um problema, mas na realidade é apenas uma inflamação. Tumores pequenos são identificados corretamente pela ultra-sonografia em menos de 50% dos casos. Um exame mais sensível para a detecção do tumor na fase inicial é a dosagem do antígeno prostático específico (PSA de prostatic specific antigen). O PSA é uma substância produzida na próstata para ser eliminada junto com o sêmen. Tem a finalidade de ajudar o espermatozóide no processo de fecundação. As taxas de PSA no sangue geralmente são baixas, muitas vezes inferiores a 2,5 ng/dl. As células cancerosas produzem uma quantidade maior de PSA que as células normais. Assim, se fizermos a dosagem do PSA no sangue e encontrarmos valores superiores a 2,5 ng/dl em alguns casos, ou superiores a 4,0 ng/dl em outros, poderemos estar diante de um câncer de próstata. Porém, não é somente o tumor maligno que é capaz de aumentar o PSA. O tumor benigno (hiperplasia de próstata) e a infecção (prostatite) também produzem mais PSA e podem confundir o diagnóstico.

O câncer de próstata também causa um endurecimento dos tecidos que adquirem a consistência de pedra. Somente o câncer tem esta característica. Além disso, o local mais freqüente em que o tumor se origina é na região periférica da glândula, próxima ao intestino reto. Por isso, o toque retal é o exame mais sensível para detectar o tumor quando ele ainda está pequeno. Ao tocar na próstata, através do reto, o urologista consegue sentir a área endurecida. Pode-se afirmar que se três médicos examinarem cem pacientes com câncer de próstata utilizando isoladamente somente um recurso, aquele que solicitar somente uma ultra-sonografia identificará corretamente cerca de 50% dos casos. O que se utilizar somente o PSA, identificará 70 a 90% e aquele que se valer somente do toque retal, 80 a 95%. Para garantir maior segurança no exame preventivo a melhor opção é a realização do PSA e do toque retal em conjunto. O toque retal é dolorido ? O médico deve fazer o exame delicadamente para não provocar dor no paciente. Normalmente, o toque é feito com o dedo indicador, revestido por uma luva de plástico ou de látex, adequadamente lubrificado. A dor só ocorre se o paciente já tiver um problema na região do ânus. Porém, mesmo assim, é mínima. A sensação de dor é afetada por problemas psicológicos. Normalmente, a pessoa que sente medo do exame, refere mais dor. Porém, a maioria das pessoas, depois de devidamente esclarecida sobre o exame pelo seu médico, fica tranqüila e refere que o toque retal é muito mais simples do que lhe parecia. Mesmo na presença do câncer, o toque retal não dói.

O que o urologista quer saber, ao fazer o toque retal ? A fazer o exame, o médico procura identificar a próstata, que fica logo à frente do intestino reto. Ele avalia o tamanho do órgão, seus limites e características anatômicas habituais. A próstata normal tem consistência macia (como a da ponta do nariz), limites precisos e um sulco na região mediana, que a divide em dois lobos laterais (direito e esquerdo). O tamanho é equivalente ao de uma noz. Quando há hiperplasia benigna, a próstata cresce mas preserva sua consistência e seus limites continuam fáceis de identificar. Se existir um tumor, o urologista pode sentir uma região (nódulo) com a consistência bastante endurecida (pétrea) e identificá-lo quando ainda é curável (pequeno). Neste caso, ele poderá indicar a realização de uma biópsia de próstata para confirmação da suspeita. Com tumores grandes, toda a próstata fica endurecida e seus limites ficam difíceis de identificar. Quando o toque retal é feito anualmente, a partir dos 50 anos, o médico identifica a doença quando ela ainda é apenas um nódulo e tem todas as chances de cura. Se o exame é adiado, para quando os sintomas surgem, a doença será identificada apenas quando for tarde demais. Fonte:www.sbu-sp.org.br

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