Gota: dicas de tratamento nutricional
Este é um texto introdutório de exemplo para visualização do novo Site Médico. Em breve, totalmente reformulado.
A gota é uma das doenças mais registradas na história da Medicina. Trata-se de um distúrbio do metabolismo das purinas, em que níveis anormalmente altos de ácido úrico se acumulam no sangue (hiperuricemia). A concentração normal de ácido úrico no sangue é de 2,5 a 7,0 mg / ml para homens e de 1,5 a 6,0 mg / ml para mulheres. Dependendo do país estudado, pode chegar a 18% a população com ácido úrico acima de 7mg%. Entretanto, somente 20% dos hiperuricêmicos terão gota. Ou seja, ter ácido úrico alto não é igual a gota. Sintomas Os sintomas da primeira manifestação da doença duram de 3 a 4 dias e podem desaparecer em seguida. É caracterizada pelo início súbito e agudo da dor artrítica localizada começando habitualmente pelo hálux (dedão do pé) e que continua ascendendo pela perna. Outra manifestação característica da gota é a formação de abcessos sobre as articulações, semelhantes a caroços cheios de substâncias brancas dentro. Em algumas crises agudas esses “tofos” podem vazar. Complicações – Artrite Gotosa Caracteriza-se por uma reação inflamatória aguda geralmente surge repentinamente em qualquer articulação do corpo como pé, tornozelo, joelho, pulso e principalmente no dedo grande. – Gota Crônica É um estágio mais avançado da doença, os sintomas ocorrem com mais freqüência sendo mais prolongados. Nessa fase as complicações já podem ter se espalhado para outros órgãos do corpo, além das articulações. – Cálculos Renais Ocorrem como uma das primeiras manifestações da gota, formam-se uma após a outra, mesmo que sejam eliminadas. – Hipertensão A cada inflamação provocada pelo excesso de ácido úrico, o rim cicatriza e se retrai. Essa retração deixa as artérias mais estreitas e com isso o sangue tem mais dificuldade de passar. Como conseqüência o rim produz angiotensina, que irá aumentar a pressão sanguínea, levando a hipertensão. Podendo, com o tempo, levar a um infarto ou acidentes vasculares cerebrais (“derrames”) Fatores desencadeadores . Exercício fora da rotina: a atividade muscular intensa leva à retenção renal de ácido úrico devido ao acúmulo de lactato e cetoácidos. . Obesidade: a manutenção do peso corporal nos obesos geralmente requer grandes quantidades de alimentos e isto contribui para uma elevação da uricemia, além da gordura que impede a eliminaçõ completa do ácido úrico, que se acumula. . Diabetes mellitus: estudos epidemiológicos não demonstram qualquer relação entre gota e diabetes ou entre concentração de urato sérico e glicose sangüínea. Nos pacientes diabéticos dependentes de insulina descompensados, é que nestes ocorre a cetoacidose sendo que os corpos cetônicos diminuem a excreção renal do urato devido a competição entre estes ácidos orgânicos nos túbulos renais, e isto aumenta a concentração do urato na corrente sangüínea, gerando a hiperuricemia. . Consumo excessivo de álcool: a metabolização do etanol gera ácidos orgânicos como lactato, malato e acetato, os quais inibem a secreção tubular do ácido úrico, além das cervejas conterem quantidades apreciáveis de purinas. . Dieta rica em purinas: o ácido úrico é derivado do metabolismo das purinas, que constituem uma parte da nucleoproteínas, encontrada em grande quantidade em dietas ricas em proteínas. Tratamentos – Tratamento Nutricional . Restrição de alimentos contendo purinas no estágio agudo da doença como uma tentativa de evitar o acréscimo de purinas exógenas à alta carga de ácidos existente. . Ingestão de líquidos (3L/dia) para minimizar a possibilidade de formação de cálculos renais. . Dieta relativamente alta em carboidratos, moderada em proteínas e pobre em gorduras; pois a excreção de uratos tende a ser reduzida pelas gorduras e aumentada pelos carboidratos. . Quanto à ingestão de alimentos ricos em xantinas como o café (cafeína), guaraná (cafeína), chá mate (teofilina), chocolate (teobromina) e derivados, há controvérsias. Apesar destes alimentos conterem xantinas, estas não são convertidas em ácido úrico, mas fica a dúvida se existe competição nos mecanismos de secreção tubular entre estas substâncias e o urato. O tratamento dietético para os pacientes que estão recebendo a medicação de manutenção para a gota envolve uma dieta balanceada ajustada à obtenção e manutenção do peso corpóreo desejável e evitar a cetose. – Alimentos com alto teor de purinas: . carnes como vitela, bacon, embutidos; . miúdos como fígado, coração, língua, rim e miolos; . peixes e frutos do mar como sardinha, salmão, bacalhau, ovas de peixe; . bebidas alcoólicas de todos os tipos; . tomate e extrato de tomate; . caldo de carnes e molhos prontos. Estes alimentos devem ser evitados ao máximo e omitidos da dieta em pacientes em fases agudas. – Alimentos com médio teor de purinas . carne de vaca, frango, porco, presunto; . peixes e frutos do mar como camarão, ostra, lagosta, caranguejo; . leguminosas como feijão (exceto feijão adzuki), soja, grão de bico, ervilha e lentilha, aspargo, cogumelos, couve-flor e espinafre; . cereais integrais como arroz integral, trigo em grão, centeio e aveia; . oleaginosas como coco, nozes, amendoim, castanhas, pistache, avelã. Estes alimentos devem ser consumidos moderadamente, quando os pacientes não estiverem em crise. – Alimentos com baixo teor de purinas . Queijos magros, ovos cozidos, manteiga e margarina; . Cereais e farináceos como pão, macarrão, sagu, fubá, mandioca, arroz branco e milho; . Vegetais como couve, repolho, alface, acelga, agrião; . Doces e frutas de todos os tipos. Estes alimentos podem ser consumidos diariamente. O tratamento medicamentoso da gota é tratada com drogas que inibem ou eliminam a síntese de ácido úrico. Fonte: ww.enut.ufop.br/pet/mainframes/Murais/gota.htm Amanda Carla Fernandes e Maria Carolina Santos Mendes
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