Vasectomia e reversão
Vasectomia, ao pé da letra, significa “retirar” (ectomia) o conduto deferente. É um procedimento
Vasectomia, ao pé da letra, significa “retirar” (ectomia) o conduto deferente. É um procedimento rápido, seguro, realizado com anestesia local, em nível ambulatorial. Eficaz, é considerado o equivalente masculino da laqueadura tubária realizada na mulher. Os espermatozóides (células reprodutoras masculinas) são produzidos nos testículos. Seu amadurecimento ocorre nos epidídimos, estruturas próximas aos testículos. Seguem pelos condutos deferentes e são então conduzidos até a uretra (canal de emissão da urina e sêmen), onde chegam ao meio externo.
Outras glândulas como a vesícula seminal e a próstata também contribuem para o volume do sêmen. A produção dessas glândulas não é afetada pela cirurgia. Por esse motivo, a vasectomia não interfere no volume, coloração ou odor do ejaculado. O local de acesso mais fácil aos condutos deferentes é o saco escrotal, onde eles são palpáveis logo abaixo da pele. A cirurgia “corta” o ducto deferente, que transporta os espermatozóides. Dessa forma, eles não chegam até a uretra, e o esperma ejaculado não conterá as células reprodutoras masculinas.
O desejo sexual não é afetado pela cirurgia, não havendo mudanças na sensação do orgasmo, no tempo para atingi-lo ou na ereção, pois a cirurgia não compromete nenhuma estrutura responsável pelo prazer sexual. Os espermatozóides continuam sendo produzidos pelos testículos, mas estes não têm como atingir a uretra, sendo então absorvidos ou destruídos pelo organismo. De acordo com a lei 9.263, publicado no Diário Oficial da União em agosto de 1997, sobre a regulamentação do planejamento familiar, a vasectomia pode ser feita para homens acima de 25 anos ou, pelo menos, com dois filhos vivos, ou nos casos onde a gravidez da parceira poderá gerar risco de vida. Esses requisitos são os mais empregados. É um procedimento cirúrgico e, como tal, oferece riscos como todo e qualquer procedimento. Entretanto, os riscos são pequenos por ser uma cirurgia relativamente simples.
As complicações como hematoma, hemorragia, dor pós-operatória, inflamação do testículo, e infecção são raras. Em geral, o pós-operatório é bastante tranqüilo, alguns pacientes referem uma leve sensibilidade nos testículos durante alguns dias. Não há relação entre vasectomia e doenças da próstata. O homem vasectomizado, em geral, sente-se mais livre e relaxado, pois não precisa se preocupar com o controle de natalidade. Vale lembrar que isso não o desobriga do uso do preservativo para evitar doenças sexualmente transmissíveis como AIDS, HPV ou gonorréia, por exemplo. Assim sendo, a vasectomia é um método cirúrgico considerado definitivo. A decisão de optar por esse procedimento deve ser tomada em conjunto pelo casal, que deve estar bem orientado quanto à impossibilidade de ter novos filhos.
O modo mais simples de realizá-la é através de duas pequenas incisões no saco escrotal, sob anestesia local, onde se isola e amarra os condutos deferentes, impedindo a condução dos espermatozóides. A cirurgia dura cerca de 30 minutos e pode ser feita em consultório. As atividades habituais podem ser retomadas em dois dias. As relações sexuais, sem desconforto, em torno de uma semana. Deve ser realizado, após a cirurgia, um espermograma onde se comprove a ausência de espermatozóides. Seu médico irá orientá-lo sobre quando fazer o exame. Depois de realizada a vasectomia, o casal ainda deve usar um método anticoncepcional, até a realização de um novo espermograma. Isso porque alguns espermatozóides podem estar vivos dentro do canal deferente. A recanalização espontânea de um ou ambos os lados da vasectomia é muito rara, mas possível.
REVERSÃO DE VASECTOMIA A vasectomia pode ser revertida, porém a cirurgia para a reversão (recanalização dos condutos deferentes) é mais complicada e trabalhosa. Os melhores resultados ocorrem se a recanalização for feita até cinco anos após a vasectomia. Além disso, a cirurgia de reversão é muito mais delicada e deve ser realizada em nível hospitalar, sob anestesia troncular, com a utilização de material de microcirurgia, incluindo microscópio. A reversão da vasectomia não garante o retorno da fertilidade em todos os pacientes. Nos casos de falhas na tentativa de reversão, ou mesmo por opção do paciente, a gravidez pode ser obtida por reprodução assistida. Nesses casos, a técnica de ICSI pode ser utilizada para o tratamento do fator masculino grave. Atualmente, também é possível associar a esta técnica outro procedimento chamado PESA (punção de espermatozóides do epidídimo) ou TESA (punção de espermatozóides do testículo) para manejar a infertilidade nestes casos.
Fonte: www.feliccita.com.br/Vasectomia.htm
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