Como o paciente pode ajudar o homeopata no tratamento.
Todos que se tratam pela Homeopatia sabem da importância de ter seu caso individualizado, para o bom andamento do tratamento. Porém, na prática, muitos “pequenos” detalhes passam despercebidos ou são considerados de pouca ou nenhuma importância na hora de serem relatados e, conseqüentemente, ajudarem o médico na eleição do melhor medicamento para o paciente. E quando a questão é uma doença aguda, fica muito pior porque os sinais e sintomas são reportados de forma generalizada ou apenas um deles ressaltado, ignorando-se detalhes de extrema ajuda. Em crianças, então, é uma verdadeira “loucura” extrair algo mais de um caso onde, por exemplo, esteja ocorrendo uma febre alta. Se o médico não tiver paciência, explicando o que representa a febre em uma patologia, tranqüilizando os pais, ou mesmo o adulto doente, tudo que conseguirá será o intervalo, duração e grau desse sinal, que é uma verdadeira fonte de informações da individualização do paciente, não só para a escolha do remédio agudo mais indicado, como inúmeras vezes na revisão e até na troca do suposto remédio de fundo ou Simillimum.
Esse artigo se presta a ilustrar alguns exemplos mais comuns no intuito de despertar um “novo enxergar” no paciente ou em seus cuidadosos, para que se tome um verdadeiro coadjuvante em seu tratamento. A febre, como foi citada no parágrafo anterior, é o primeiro movimento do organismo em direção a autodefesa, e traz consigo características altamente individualizadoras que merecem observação além da intensidade (grau) e intervalo de aparecimento. Veja como fica o comportamento do doente nessa hora e o que se modifica: . Está agitado, prostrado, irritado, carente, com medo, sem modificação alguma?! . A sede pode desaparecer, aumentar, não se alterar. . Assim como calafrios antes, durante ou depois; calor por dentro, com pele não tão quente (febre interna), calor externo com temperatura não tão alta. . O calor pode irradiar (só de chegar perto, sente que o corpo está quente, fervendo). . Pode ocorrer desejo ou não de se cobrir, ou ainda cobrir-se e imediatamente descobrir-se. . Com transpiração ou ausência dela.
Nos asmáticos, as características do bronco-espasmo seguem a mesma linha em relação ao comportamento acrescido da posição onde fica mais fácil respirar: sentado, deitado, de lado, barriga para cima, cabeça alta.
• Alguns melhoram deitados sobre os joelhos dobrados e com a cabeça para baixo (posição genupeitoral).
• Há quem deseje estar sozinho no escuro, enquanto outros querem janelas e portas abertas, ou mesmo sair ao ar livre. Da mesma forma há aqueles que procuram repouso enquanto outros caminham de um lado para o outro. • A coloração dos lábios pode se alterar, ficarem cianóticos (roxos).
• As narinas podem se dilatar a cada respiração, o que se chama “batimento de asas nasais”.
• O chiado audível apenas com estetoscópio ou de longe sem aparelho algum.
• E muito outros sintomas. Em uma convulsão, coisa que geralmente desespera os familiares, mesmo em casos benignos, como a convulsão febril, é de capital ajuda para a escolha do remédio, se puderem ser relatados desde horários e situações mais freqüentes de aparecimento, até a maneira como ela se apresenta.
. Se ocorre liberação de esfinteres com eliminação de feses e ou urina . Se tem local ou lado do corpo onde se inicia: direito, esquerdo, membros ou cabeça e tronco. . Se precedida de alguma alteração no humor, comportamento, visão do paciente. . Ocorrem contrações dos membros, relaxamento? Essas contrações se apresentam de uma forma particular como repuxamento para dentro ou torções externas dos membros? . Há movimento dos olhos, boca, face? A “lei” (da observação) vale para tudo em homeopatia: uma tosse, gripe, pneumonia, diarréia, cólicas em geral (menstrual, renal, hepática etc), dores de todas as espécies e todo o mais. Essa “lei” é o que se chama, na Homeopatia, de Modalização, ou seja, não basta se relatar uma queixa, é importante caracteriza-la: . De onde veio, pra onde vai . O que melhora ou piora . Que sensações provocam . Se existe algo concomitantemente a ela.
Em toda história do paciente isto é importante. Se o médico interroga o sono de alguém, levará em consideração desde a duração até se existe uma posição favorita ou ritual para se dormir, ou ainda se o sono é repousante, profundo, agitado, com despertar freqüente, etc. Os desejos e aversões alimentares, características dos efluxos (se a urina e/ou fezes têm odor, coloração ou outros aspectos que chamem a atenção), suor, menstruação, transpiração, secreções e tudo que diz respeito ao indivíduo em questão. Enfim, a melhor maneira de ajudar seu médico ou de seu familiar é, mesmo em situações onde favoreça um apavoramento, procurar manter a calma e ter o senso de observação aguçado. Porque o homeopata, mais do que qualquer outro profissional, sabe que cada caso realmente é um caso. Mesmo que num primeiro momento pareça somente mais um.
Dra. Mileny C. Xavier Médica especializada em Homeopata pelo Instituto François Lamasson (Ribeirão Preto-SP) Pós-Graduada pela Associação Paulista de Homeopatia (APH – São Paulo-SP), Membro do Instituto Rio-Pretense de Homeopatia Membro do Conselho Editorial do Jornal de Homeopatia Rio-Pretense. Atende em São José do Rio Preto-SP, na Rua Martinho Gonçalves, 2266 – Boa Vista. Fone: (17)3235-5363 – E-mail: mcx-dr@uol.com.br
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