Acupuntura na odontologia
Segundo ela, a utilização da acupuntura representa uma grande economia nos tratamentos odontológicos
“O uso da acupuntura na odontologia surgiu na China, com a aplicação da técnica na cirurgia em geral, na década de 1950. Isso acabou despertando também o interesse por parte de alguns cirurgiões-dentistas do Ocidente, especialmente da França”, conta o professor Márcio De Luna, coordenador-geral da pós-graduação em “Acupuntura & Fitoterapia” do Instituto Brasileiro de Medicina Tradicional Chinesa, no Rio de Janeiro. Os primeiros estudos na área odontológica foram publicados em 1974, pelo Dr. Michel Bresset. Como funciona A atuação da acupuntura em tratamentos odontológicos pode se dar de inúmeras maneiras. As principais são como analgésico e em casos de dores na articulação temporomandibular (ATM). Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, as agulhas não são aplicadas na gengiva, mas em áreas como as mãos ou em pontos específicos do rosto. As agulhas são introduzidas de acordo com o objetivo do profissional: acabar com uma dor de dente, diminuir a tensão do paciente, fazer cirurgias, tratar perdas ósseas, aftas, herpes labial, e outras afecções que se manifestam na cavidade oral. “A acupuntura não só promove a profilaxia de cirurgias e outras inflamações, devido ao seu efeito auto-estimulante, como também acelera a cicatrização dos tecidos”, explica a Dra. Mirella Giongo, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo ela, a utilização da acupuntura representa uma grande economia nos tratamentos odontológicos, pois pode dispensar o uso de analgésicos e antibióticos. O efeito da técnica na analgesia cirúrgica pode se prolongar por até 72 horas após a intervenção, além de reduzir consideravelmente o inchaço e a inflamação. Nos tratamentos mais doloridos e em cirurgias, caso de canal e extração, é usada a eletroacupuntura – as agulhas são conectadas a um aparelho de eletroestimulação, aumentando o efeito analgésico. Reconhecimento No Brasil, ainda é reduzida a gama de profissionais capacitados na utilização da acupuntura aplicada à odontologia, apesar de alguns grupos de formação estarem se reproduzindo em capitais como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Goiânia, Manaus e Fortaleza. Uma das principais razões para a pouca difusão é o fato de o Conselho Federal de Odontologia não reconhecer a acupuntura como uma especialidade do cirurgião-dentista. “O CFO sequer normatizou a prática para aqueles que já a utilizam, deixando a população exposta a maus profissionais de odontologia, que se aventuram nesta ciência milenar sem a devida formação”, lamenta o professor De Luna. Segundo ele, felizmente o conselho de odontologia é uma exceção. “Os conselhos de fisioterapia, enfermagem, medicina, biomedicina, terapia ocupacional, fonoaudiologia, educação física, veterinária, psicologia e farmácia já reconhecem o valor da acupuntura”. Mesmo sem o aval do CFO, o crescente interesse dos profissionais pelas “terapias complementares” indica que a união da acupuntura com a odontologia tem um longo caminho pela frente. www.odontocloseup.com.br
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