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Infertilidade: causas femininas

Existem também problemas de infertilidade relacionados à parceira feminina, como alterações anatômicas, distúrbios hormonais, endometriose, e outros.

Mais recentemente, investigações revelaram que um número elevado de casais é afetado por infertilidade imunológica, na qual o organismo da parceira feminina reage contra o espermatozóide. Atingem cerca de 40% dos casos de infertilidade conjugal. Em estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) observou-se como as causas mais freqüentes de esterilidade as seguintes: – Fator ovulatório – 30% – Fator tuboperitoneal – 45% – Fator masculino – 35% – Fator cérvico-uterino – 7% – Fator imunológico – 4% – Endometriose – 20% – Esterilidade sem causa aparente – 15% – Laqueadas arrependidas – 12% a) Fator cervical – Contribui com 3% dentre todos os fatores responsáveis pela infertilidade conjugal. As malformações congênitas do canal cervical, neoplasias, infecção (gonococos, clamídia micoplasma) fatores imunológicos e as cirurgias cervicais (eletrocauterizações, conizações) alteram o canal cervical de maneira funcional e/ou anatômico. b) Fator uterino – inclui-se aqui patologias que comprometem a migração espermática, a implantação do embrião ou a evolução da gravidez.

As malformações decorrem da folha embriológica na formação dos ductos de Muller, sendo a síndrome de Rotintausti-Truster-Hauser a qual impede uma gestação espontânea, pois não existe útero e a vagina é rudimentar. c) Os miomas (tumores uterinos benignos) acometem em 20% das mulheres acima de 30 anos. Podem ser subserosos, localizados na parede externa do útero, submucosos que ocupam a cavidade uterina ou intramurais, localizados dentro da parede uterina. As patologias do útero são diagnosticadas na história clínica, na ultra-sonografia endovaginal, na histerosalpingografia e na histeroscopia que é de suma importância para avaliar a cavidade uterina. As lesões miomatosas podem ou não impedir a gestação a depender da sua localização, volume e sintomatologia do tumor. d) Os pólipos são geralmente de causas inflamatórias ou traumáticas e admite-se que possa dificultar a implantação do embrião na parede do útero. e) As sinéquias são ocasionadas por formação de aderências e fibrose do endométrio conseqüente de processos inflamatórios do mesmo.

As sinéquias intra-uterinas principalmente aquelas causadas por curetagens podem ocasionar dificuldade de gravidez. Podem ocupar parcial ou totalmente a cavidade uterina dificultando percurso dos espermatozóides, diminuindo a superfície para a implantação embrionária e favorecendo perdas fetais e partos prematuros. f) A adenomiose não tem sido relatada como causa da infertilidade, mas como os focos de endométrio no músculo uterino alteram a vascularização endometrial podem ocorrer interferências na implantação embrionária. g) Fator tuboperitoneal – trompas – correspondem à cerca de 30 a 50% das causas de infertilidade entre os casais. As principais causas são os processos inflamatórios ocasionados por gonococos e clamídia ficando em segundo lugar as alterações causadas por endometriose. Os processos infecciosos podem ocasionar obstrução tubária ou alterações enzimáticas na luz tubária.

A endometriose é causada por implantação de tecido endometrial no peritônio (tecido que reveste os órgãos pélvicos) nas trompas e nos ovários. Estes focos de endométrio fora da cavidade uterina são responsáveis por aderências tubárias, alterações do ambiente tubário e uterino e por disfunção do tecido ovariano. h) Fator ovulatório – incluem-se neste fator os ciclos menstruais anovulatórios e as disfunções ovulatórias, tais como, problemas na fase lútea, baixos níveis de progesterona. Os métodos para se avaliar a função ovariana são: a monitorização da temperatura corpórea basal, dosagem de progesterona sérica na fase lútea (pós ovulação) biópsia de endométrio, medidas de LH sérico ou urinário na metade do ciclo e a monitorização do crescimento folicular através da ultra-sonografia. A história clínica é um ótimo indicador do déficit ovulatório, pois pacientes com ciclos curtos (<21 dias) ou longos (>35 dias) são candidatas a tratamento com indutores de ovulação. Destaca-se neste fator a síndrome dos ovários micropolicisticos. Expusemos aqui as principais causas femininas de infertilidade, outras não citadas, como hipotireoidismo, hipertireoidismo ou outras doenças associadas devem ser estudadas a depender da história clínica de cada mulher. Fonte: www.clinicaconceptus.com.br

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