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Micose – Ela “Adora” o verão!

Micose – Ela “Adora” o verão!

 

A micose é uma das doenças de pele mais comuns no verão. Trata-se de uma doença cutânea causada por fungos, que se manifesta de diversas formas: alterações na pele como manchas brancas ou avermelhadas, erupções com ou sem coceira, pequenas bolhas nas bordas dos pés ou nos espaços entre os dedos, quebra de cabelos com descamação ou coceiras. Os fungos são organismos vivos e microscópicos, às vezes resistentes, que vivem no meio-ambiente, em animais domésticos (cães e gatos) e no homem. Eles se alimentam de restos epiteliais (pele), de queratina, uma proteína que está presente, na pele, além de unhas e cabelos, e de outras substâncias. Embora possam se instalar no organismo durante todo o ano, os fungos se proliferam com a umidade e calor, o que faz com que a incidência das micoses seja maior no verão. “No período depois das férias de verão há um grande aumento do número de consultas por suspeita de micoses”, constata a dermatologista e professora do Departamento de Dermatologia da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), Ediléia Bagatin. Segundo ela, isso também acontece porque nessa época do ano, a pele das pessoas fica mais exposta, em ambientes mais propícios à contaminação como a areia da praia, lava-pés das piscinas, pisos dos vestiários e banheiros desconhecidos e até mesmo o próprio chão. Como precisam de umidade e calor para se reproduzir, os fungos preferem, no corpo humano, regiões como os espaços entre os dedos dos pés, unhas e dobras da pele como a virilha, a região genital e as axilas. O meio gorduroso é outro ambiente favorável à reprodução de alguns fungos e, por isso, eles também costumam ser encontrados no couro cabeludo e também nas regiões centrais do tórax e costas.

 

Cada caso é um caso. Nem todos os contatos com fungos podem desencadear uma micose. E quando isso acontece, a doença não se manifesta da mesma forma para todas as pessoas. A contaminação e a sua intensidade irão depender fortemente das condições orgânicas ou da resposta imunológica da pessoa. “O aparecimento da doença depende muito da interação do fungo com o hospedeiro. Quando o organismo tem uma resposta imunológica contra o fungo, a pessoa pode se contaminar mas não irá desenvolver a doença”, afirma a dra. Ediléia. Isso explica casos como o de um casal que tenha tido contato com um determinado fungo e só um deles desenvolve a micose. Segundo a dra. Ediléia, a Pitiríase Versicolor (também conhecida como “pano branco”) é um tipo de micose causada por um fungo que habita normalmente a pele das pessoas. “Ele vive em equilíbrio na pele, mas quando há uma mudança como, por exemplo, transpiração excessiva, ou a alteração do pH da pele, o ambiente fica favorável para ele proliferar”. Portadores de doenças metabólicas como o diabetes, pessoas que tenham tomado cortisona ou medicamentos imunodepressores ou que estejam fazendo tratamento com certos tipos de antibióticos ou anticoncepcionais inibidores da ovulação, também ficam mais sensíveis ao ataque dos fungos. A Candidíase, um tipo de micose que atinge a boca, esôfago, estômago e região genital, é provocada, muitas vezes, pelo uso de antibióticos de largo espectro. O sucesso e a duração do tratamento também são variáveis, dependendo do tipo de micose e das condições orgânicas da pessoa. O tempo médio de tratamento da Pitiríase Versicolor é de duas semanas, enquanto que o da Tinha Inguinal leva no mínimo 30 dias e o da micose das unhas pode demorar de três a quatro meses. Em pessoas idosas, com baixa imunidade ou que são portadoras de outras doenças, o período de tratamento de uma micose costuma ser muito mais longo. Isso porque, além do organismo dessas pessoas estar mais fragilizado, muitas vezes elas já fazem uso de medicamentos que não devem ser empregados ao mesmo tempo que os fungicidas administrados por via oral. Tratamento A micose é uma doença facilmente diagnosticada e o seu tratamento também é simples. O primeiro passo é identificar o agente causador, através de um exame micológico direto. O médico faz uma raspagem da lesão e recolhe material que é enviado para laboratório.

Uma vez identificado o fungo causador da doença, o médico escolhe o remédio mais adequado, que pode ser um creme, uma solução, um pó, esmalte para micoses na unha, ou, em casos mais sérios, comprimidos. Embora simples, o tratamento da micose exige persistência. Isso porque, às vezes, o fungo parece ter sido eliminado mas não foi. Ele pode continuar ativo nas camadas inferiores da pele, embora as lesões superficiais tenham desaparecido. Portanto, é importante não interromper o tratamento prescrito pelo médico mesmo que os sintomas desapareçam. Outro ponto importante é o fato de que a ocorrência de uma micose não impede que a pessoa se contamine outra vez. “As pessoas não ficam imunizadas contra a micose. Se alguém que teve a doença não tomar cuidado, não fizer uma prevenção, ficará sujeita a tê-la novamente”,adverte a dra. Ediléia. Cabelo, barba e bigode, pé, mão… As micoses podem ser superficiais ou profundas. No primeiro tipo, que é o mais comum e de menor gravidade, os fungos ficam na camada externa da pele, ao redor dos pelos ou das unhas, sem lesar o tecido subcutâneo. Já as micoses profundas são mais graves, mas, felizmente, também são mais raras. Elas acontecem quando os fungos se disseminam através da circulação sangüínea e afetam as camadas internas da pele ou outros órgãos como pulmões, intestinos, ossos ou o sistema nervoso. Geralmente, as micoses profundas afetam pessoas que freqüentam ou habitam a zona rural e o contágio se dá principalmente pelo ar. As micoses superficiais se dividem em dois grupos: as dermatofitoses e as micoses aprofitárias. As dermatofitoses são causadas por fungos denominados dermatófitos, que se alimentam da queratina e se caracterizam por serem altamente contagiosos. Há três tipos de dermatófitos: os geofílicos (que habitam o solo), os zoofílicos (presentes nos animais) e os antropofílicos (que têm no homem o seu principal hospedeiro). As micoses saprofitárias são causadas por fungos que vivem sobre a pele ou ao redor dos pêlos e utilizam restos epiteliais ou produtos de excreção. Não são contagiosas, mas se desenvolvem em função das condições locais, como o clima, ou do próprio paciente. http://www.biosintetica.com.br

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