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Dor do crescimento

É noite, a criança já está na cama. Mas a calmaria da casa acaba quando ela desperta e procura os pais, reclamando de dores nas pernas (que, por sua vez, não apresentam lesões nem machucados aparentes). Tal cena pode se tornar

frequente, especialmente dos 5 aos 12 anos de idade da criança, e a explicação para esse fato provavelmente seja uma só: a dor do crescimento! Este tipo de dor é comum (afeta mais de 15% das crianças) e são muitas as situações que podem desencadeá-la. Até entre os médicos ela é conhecida como “dor do crescimento”, apesar de a denominação não ser a mais adequada. Antigamente, acreditava-se que quando os ossos, músculos e tendões estavam se desenvolvendo, a criança poderia sentir alguns desconfortos. No entanto, não há comprovação científica de que o “crescer” cause dores. Além do mais, dos 5 aos 12 anos não há um “estirão”: nessa faixa etária, o crescimento é lento e gradual. Assim, os médicos descartam que o processo de crescimento cause dores (mesmo assim, o nome “dor do crescimento” foi consagrado).

A possibilidade mais aceita que relacionaria essa disfunção ao crescimento é a seguinte: as dores poderiam ser causadas por uma espécie de desequilíbrio momentâneo de ossos, tendões e músculos (que teriam se desenvolvido em ritmos diferentes, o que resultaria em desconfortos físicos). Mesmo assim, nada foi provado. Massagens para aliviar as dores. Independente do nome que recebem, o caso é que as dores existem. Elas têm intensidade e freqüência variáveis e costumam se manifestar no fim da tarde e durante a noite. As partes do corpo em que as crianças mais sentem as dores são as coxas e as panturrilhas. Os pais precisam ter paciência e tentar acalmar os pequenos durante as crises – que costumam acabar de uma hora para outra. E o melhor a fazer é relatar ao pediatra a ocorrência do problema. Na maioria das vezes, é confirmado o diagnóstico de dor do crescimento e então o médico poderá ensinar algumas massagens suaves que aliviarão as dores.

Se ele achar conveniente, poderá receitar algum analgésico, e tudo o que será preciso é esperar essa fase passar! Porém, em alguns casos essas dores podem, sim, ser sinal de algum problema físico, como a lombo-ciatalgia (que é a diferença entre o tamanho das pernas), a artrite ou deficiências nas cartilagens. Nesses casos, será preciso iniciar um tratamento específico, para que tais disfunções não atinjam grandes proporções e não resultem em problemas físicos. Por isso, é importante pedir a orientação de um profissional. Atenção ao emocional da criança Alguns dos estudos realizados a respeito da dor do crescimento apontam que ela pode ser causada também por problemas emocionais. Quando a criança está vivendo momentos de estresse, ansiedade, tensão ou insegurança, ela pode transformar esses sentimentos em dores musculares. Cabe aos pais ficarem atentos a tudo o que está se passando com a criança. Entrar em seu mundinho com bastante respeito e transmitir a ela confiança e amor – ingredientes que ajudam os pequenos a superarem qualquer fase.

Dra. Shirley de Campos

www.drashirleydecampos.com.br

 

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